O ensino de Libras na escola de ouvintes: uma proposta de prática educativa para aproximar a Libras de estudantes da alfabetização

Abstract

Este trabalho relata sobre a importância da Libras na escola de ouvintes e como ela tem potencial para ser um objeto de aprendizagem capaz de fortalecer o desenvolvimento da linguagem de crianças em período de alfabetização. Conforme os autores Ildebrand, Fronza, Luiz (2020), a realização de projetos que tragam visibilidade para a Libras pode ser muito benéfica, porque proporciona oportunidades de os estudantes terem contato com linguagens multimodais e conhecerem diferentes culturas. Para promover essa prática foi realizado um projeto com o foco em explorar a Libras em uma turma com 19 alunos do 1º ano do Ensino Fundamental I, de uma escola particular da região metropolitana de Porto Alegre, em fase inicial de alfabetização. A turma participou de maneira entusiasmada do Projeto “Minhas mãozinhas podem falar”, enriquecendo a proposta com experiências e curiosidades que possuíam sobre a cultura surda e a língua de sinais. O projeto foi vivenciado através de cinco laboratórios de aprendizagem, onde houve momentos de contação de história, apresentação do alfabeto datilológico, confecção de um alfabeto a partir do registro fotográfico das mãos dos estudantes sinalizando as letras do alfabeto, que serviu como material de apoio para o projeto e diferentes momentos de prática para os estudantes aprenderem a sinalizar seus nomes e dos colegas. Os laboratórios contribuíram para que as crianças pudessem ampliar seu repertório sociocultural, mobilizar seus conhecimentos sobre diferentes linguagens e aproximar os ouvintes da cultura surda. Além do conhecimento da Libras, os estudantes participantes do Projeto passaram a associar os sinais das letras do alfabeto datilológico ao alfabeto em português, ampliando os meios de fixação e facilitando o processo de alfabetização. Por fim, espera-se que mais projetos com essa temática possam ser desenvolvidos, fortalecendo o contato entre surdos e ouvintes, rompendo barreiras linguísticas e culturais, criando ambientes e espaços acessíveis na sociedade.