Balanceamento de reações químicas para alunos surdos: uma proposta de ensino com bolinhas de isopor e a produção de desenhos na avaliação

Abstract

Não somente no que tange à educação do aluno com deficiência, mas também na área de ensino de ciências em geral, é constante a busca por soluções que viabilizem uma aprendizagem eficaz e duradoura. Em Química, é muito comum a necessidade de uma maior abstração para a compreensão dos diferentes conceitos científicos. Portanto, é frequente a utilização de recursos de ensino que explorem de maneiras variadas determinado fenômeno, a fim de auxiliar na aprendizagem e no desenvolvimento cognitivo do aluno. Defendemos que toda a prática pedagógica voltada para o trabalho com alunos surdos precisa se basear no uso de variados recursos visuais e de materiais concretos e acessíveis. O uso de modelos didáticos com bolinhas de isopor na representação das combinações entre os átomos dos reagentes para formar os produtos em reações químicas mostrou-se uma eficiente alternativa para trabalhar a concepção da conservação da massa. Assim, nosso anseio no presente artigo é relatar a viabilidade e a potencialidade do uso de modelos didáticos de bolinhas de isopor como ferramenta auxiliadora no estudo de reações químicas. Apresentaremos também nesse ensaio os resultados provenientes da elaboração de desenhos por surdos, os quais se revelaram um instrumento avaliativo adequado e acessível a esses sujeitos. Concluímos que os estudantes surdos que participaram das aulas propostas desenvolveram um raciocínio correto e satisfatório na elaboração de desenhos sobre o balanceamento de reações químicas, atuando como agentes diretos na construção do saber.