Disciplinarização da Língua Portuguesa como segunda língua para alunos surdos: uma analise das ementas dos cursos de Letras-Libras

Abstract

A disciplinarização do conhecimento tanto circula em determinadas condições históricas de produção como está inserida em políticas linguísticas, científicas e educacionais. No caso da proposta de uma disciplina que vise ao ensino de Língua Portuguesa escrita para alunos surdos, quais teriam sido as condições históricas que proporcionaram sua emergência disciplinar? Em consequência da proposta de educação bilíngue para os alunos surdos, configurou-se, no ensino superior, especificamente nos cursos de licenciatura em Letras, o oferecimento de conteúdos relacionados à Língua Portuguesa na modalidade escrita para esses alunos. Na medida que uma disciplina deve estar atrelada à produção e à transmissão de conhecimentos, questionamos: como a Língua Portuguesa, como segunda língua (LP2) para surdos, pode ser tomada como objeto de conhecimento e de transmissibilidade? Como se constrói o lugar da disciplinarização da LP2 para surdos e sua institucionalização no contexto das universidades federais, observando para tal a movência em suas nomeações? Buscamos responder a essas e outras questões ao analisar ementas de cursos de licenciatura de Letras-Libras.